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Primeira Epístola de João – I João


Primeira Epístola de João

I João 4 – Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.
Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus;

Informações sobre a primeira epístola de João.

Esse livro do Novo Testamento tem mais a natureza de uma dissertação sobre a crença e deveres dos cristãos do que a de uma carta enviada a certa igreja.
Não tem saudações ou quaisquer alusões pessoais.
Por isso é chamada de ‘epístola universal’, visto que é dirigida à igreja em geral.

A autoria é atribuída a João por alguns dos mais antigos escritores cristãos.
O Evangelho Segundo João, é conhecido como o Evangelho do Amor. O versículo central do livro é João 3:16 – “Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”, e essa primeira epístola, enfatiza o amor de Deus pelo homem.

O objetivo da epístola está exposto pelo autor (I João 5.13):

Ele procura confirmar e reforçar o Evangelho

Para que os crentes saibam que têm a vida eterna;

Para que creiam no nome do Filho de Deus.
Para conseguir o seu fim, entra o autor em controvérsia com os adversários. E, realmente, quase no início da vida da igreja, falsas doutrinas se haviam introduzido no seu seio.

a) Havia quem pusesse em dúvida a divina dignidade de Jesus, negando que Ele fosse o Filho de Deus. Aos que assim falavam, chama o Apóstolo de enganadores e o anticristo (I João 2:22 – 4:15 – 5:1).

b) Havia outros que negavam a humanidade de Jesus, contradizendo, deste modo, a real comunicação social de Cristo com os homens (Hebreus 2:16 e 4:15), e a realidade da Sua morte e da Sua propiciação.

A encarnação de Jesus era, na opinião desses, mera aparência, e a história da Sua vida não passava de um mito.
O Apóstolo desfaz estas falsas ideias de modo enérgico (I João 4:3), declara que ele próprio pôde tocar o corpo de Jesus (I João 1:1), e alude em termos claros à água e ao sangue que jorravam do lado, que foi penetrado pela lança.

c) Uma terceira corrente de ideias se manifestava, sustentando alguns que bastava adorar a Deus com o espírito, havendo indulgência para o corpo.
O Apóstolo refuta esta doutrina imoral, pois declara que todo pecado é iniquidade (I João 3:4) – e que a comunhão com Deus purifica o cristão, e somente nesta pureza é que podemos ser reconhecidos como Seus filhos (1 João 2:5 – 3;8-10; 4:13 e 5:11).

Os pontos de que trata a epístola abundam em ensinamentos positivos sob três aspectos:

A epístola nos ensina qual a natureza da comunhão com Deus (I João 1:3)

Ele é luz (I João 1:5); e amor:

E a comunhão implica conformidade com os Seus atributos. Visto que Deus é luz,

O homem deve ser purificado e remido (I João 1:1 a 2:2),

E, além disso, deve ser santo (I João 2:3-7).

E como é amor, devemos amar-nos uns aos outros (I João 2:10).

Mas se Cristo for negado, todas estas bênçãos se perdem (I João 2:.22-24).

A epístola nos ensina qual a felicidade e os deveres de um filho de Deus

O nosso privilégio de cristãos é não somente a comunhão com Deus, mas a nossa adoção como filhos.

Deus é justo, e por isso devem os Seus filhos ser também justos (I João 2:29 a 3:3).

Cristo veio para tirar o pecado do mundo e Nele não há pecado – como Ele é, devemos nós ser (I João 3:4- 10).

Ele deu a Sua vida por nós, e então deve o Seu amor ser o nosso modelo (I João 3:11-18).

Se tivermos o Espírito de Cristo, participaremos das outras bênçãos cristãs (I João 3:19-24).

Ora, se Cristo for negado, quanto à Sua natureza humana em especial, essas bênçãos serão perdidas (I João 3:19 a 4:6).

Deus não é somente luz: Deus é amor (I João 4:7-8)

O amor, parte essencial da Sua natureza, manifesta-se na missão e caráter de Seu Filho, e é condição necessária da filiação (I João 4:21).

Amar a Deus e ao próximo, a fé em Cristo, e uma confiança tal que nos conserve a paz são entre outros os resultados dessa revelação.

Ora, se verdadeiramente crermos que Deus dá a vida eterna, e que essa vida está em Seu Filho, seremos santos e felizes, seremos perdoados e santificados. Mas se rejeitarmos essa verdade, ou qualquer parte dela, ficaremos sem a esperança, e estaremos, como o mundo, em maldade (I João 5:19).


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