O sacerdote que rasgou suas vestes pelo homem
Esboço de Pregação em Esdras 9:5-8 – “E, perto do sacrifício da tarde, me levantei da minha aflição, havendo já rasgado a minha veste e o meu manto, e me pus de joelhos, e estendi as minhas mãos para o Senhor, meu Deus. E disse: Meu Deus! Estou confuso e envergonhado, para levantar a ti a minha face, meu Deus, porque as nossas iniquidades se multiplicaram sobre a nossa cabeça, e a nossa culpa tem crescido até aos céus. Desde os dias de nossos pais até ao dia de hoje, estamos em grande culpa e, por causa das nossas iniquidades, fomos entregues, nós, os nossos reis e os nossos sacerdotes, nas mãos dos reis das terras, à espada, ao cativeiro, ao roubo e à confusão do rosto, como hoje se vê. E, agora, como por um pequeno momento, se nos fez graça da parte do Senhor, nosso Deus, para nos deixar alguns que escapem e para dar-nos uma estabilidade no seu santo lugar; para nos alumiar os olhos; ó Deus nosso, e para nos dar um pouco de vida na nossa servidão.”
Introdução de Esdras 9:5-8
Um coração partido pelo pecado
Esdras era um homem especial, separado para Deus. Ele era sacerdote, mestre da Lei e intercessor do povo. Sua função era mediar entre Deus e o homem, mas ele também era humano, alguém que sentia profundamente as consequências do pecado.
Quando Esdras percebeu o estado espiritual do povo — misturas com outras culturas, casamentos proibidos, desobediência clara à Palavra de Deus — ele não ficou indiferente. Ele não simplesmente apontou o dedo ou julgou. Ele foi ao ponto de se identificar com o pecado do povo. Rasgou suas vestes, humilhou-se diante de Deus e clamou por misericórdia.
Afinal, muitos de nós também vivemos em meio a situações que parecem sem saída. O pecado, a desobediência e as consequências de escolhas erradas podem pesar tanto sobre nós quanto pesaram sobre Israel. Mas assim como Esdras, podemos buscar a graça de Deus.
Desenvolvimento
O grito de um intercessor
1. O peso do pecado
No versículo 5, Esdras descreve sua atitude diante do pecado. Ele rasgou suas vestes e seu manto, símbolo de dor profunda e arrependimento. Ele se colocou de joelhos, estendeu as mãos para o céu e começou a orar. Esdras não estava apenas representando o povo; ele estava assumindo para si a responsabilidade pelo pecado coletivo. Ele diz: “Estou confuso e envergonhado… As nossas iniquidades se multiplicaram sobre a nossa cabeça, e a nossa culpa tem crescido até aos céus.”
Isso nos ensina algo fundamental: o verdadeiro intercessor não é alguém que só ora, mas alguém que sente o peso do pecado como se fosse seu próprio. Esdras sabia que o pecado traz consequências devastadoras: morte, cativeiro, roubo e confusão. Essas palavras ainda ecoam em nossa realidade.
2. Vivendo debaixo das consequências do pecado
Hoje, nós também enfrentamos essas mesmas consequências. E elas se manifestam de várias formas:
- Livramento da espada:
A “espada” simboliza o juízo divino, mas também pode representar a morte emocional, espiritual e física. Muitos estão mortos em seus delitos e pecados (Efésios 2:1). Vivem sem propósito, sem paz e sem direção. É como se estivessem sob uma sentença de morte, presos em ciclos destrutivos. - O cativeiro:
O pecado é um senhor cruel. Ele nos prende em vícios, compulsões e comportamentos destrutivos. Também nos aprisiona na religiosidade, onde pensamos que somos aceitos por Deus por causa de nossas obras, quando na verdade só o sangue de Jesus pode nos salvar. - O roubo:
O ladrão vem para roubar, matar e destruir (João 10:10). Ele rouba nossa alegria, nossa esperança e nosso futuro. Quantos de nós já experimentamos isso? Sonhos frustrados, relacionamentos quebrados, saúde perdida — tudo isso é fruto do pecado e do inimigo agindo em nossas vidas. - A confusão:
Sem Deus, estamos perdidos. Vivemos em trevas espirituais, sem saber para onde ir. Parece que tudo dá errado, que não há saída. Essa confusão é resultado direto do afastamento de Deus.
Mas aqui está a boa notícia: assim como Esdras encontrou graça diante de Deus, nós também podemos encontrar!
3. A graça que transforma
No versículo 8, Esdras reconhece que, mesmo em meio à culpa e às consequências do pecado, Deus concedeu um momento de graça. Ele permitiu que alguns escapassem, deu estabilidade no Seu santo lugar e iluminou os olhos do povo.
Isso nos leva diretamente à obra de Cristo. Esdras foi um tipo de Cristo, mas Jesus veio como o verdadeiro Sumo Sacerdote. Assim como Esdras rasgou suas vestes, Jesus teve Suas vestes rasgadas durante a crucificação. Assim como Esdras clamou por misericórdia, Jesus clamou ao Pai: “Perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34).
Naquela sexta-feira, às três horas da tarde, não houve apenas um momento de graça — houve a inauguração da graça eterna! Pela primeira vez, o véu do Templo foi rasgado de alto a baixo, simbolizando que agora temos acesso direto ao Pai por meio de Jesus. Não precisamos mais de mediadores humanos; Jesus é o nosso único mediador (1 Timóteo 2:5).
Conclusão de Esdras 9:5-8
Graça, estabilidade e luz
Jesus não apenas nos livrou da espada do juízo; Ele nos deu vida eterna. Ele nos resgatou do cativeiro do pecado, nos libertando para sermos filhos de Deus. Ele recuperou tudo o que o inimigo roubou: nossa alegria, nossa paz, nossos sonhos. E Ele dissipou as trevas, iluminando nossos olhos com Sua luz.
Como diz João 8:12: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” Hoje, pela graça de Deus, não estamos apenas no lugar santo — estamos no Santo dos Santos. Temos acesso irrestrito ao Pai, não por nossas obras, mas pelo sacrifício perfeito de Jesus.
Que possamos, como Esdras, reconhecer nossa necessidade de Deus e buscar Sua face. Mas acima de tudo, que possamos celebrar a graça que nos foi dada em Cristo Jesus. Porque Ele já rasgou Suas vestes por nós, já pagou o preço completo, e agora podemos viver livres, firmes e cheios de luz.
Esboço de Pregação em Esdras 9:5-8 – “E, perto do sacrifício da tarde, me levantei da minha aflição, havendo já rasgado a minha veste e o meu manto, e me pus de joelhos, e estendi as minhas mãos para o Senhor, meu Deus. E disse: Meu Deus! Estou confuso e envergonhado, para levantar a ti a minha face, meu Deus, porque as nossas iniquidades se multiplicaram sobre a nossa cabeça, e a nossa culpa tem crescido até aos céus. Desde os dias de nossos pais até ao dia de hoje, estamos em grande culpa e, por causa das nossas iniquidades, fomos entregues, nós, os nossos reis e os nossos sacerdotes, nas mãos dos reis das terras, à espada, ao cativeiro, ao roubo e à confusão do rosto, como hoje se vê. E, agora, como por um pequeno momento, se nos fez graça da parte do Senhor, nosso Deus, para nos deixar alguns que escapem e para dar-nos uma estabilidade no seu santo lugar; para nos alumiar os olhos; ó Deus nosso, e para nos dar um pouco de vida na nossa servidão.”
Mais Esboço de Pregação
- Suba à Jerusalém – Esdras 1:3
- A voz de louvor – Esdras 3:10-13
- Os jovens gritavam de alegria – Esdras 3:10-13