Prova da lã na eira – Pregação
Esboço de Pregação em Juízes 6:37-40 – “Eis que eu porei uma porção de lã na eira; se o orvalho estiver somente nela, e seca a terra ao redor, então, conhecerei que hás de livrar Israel por meu intermédio, como disseste. E assim sucedeu, porque, ao outro dia, se levantou de madrugada e, apertando a lã, do orvalho dela espremeu uma taça cheia de água.”
Nota para o Pregador
Esta pregação utiliza metáforas e simbolismos baseados no texto bíblico de Juízes 6 e 7 para apresentar lições espirituais aplicáveis à vida cristã. As interpretações dos elementos (como a lã, o orvalho, o cântaro e o pão de cevada) são alegóricas e têm o objetivo de reforçar o ensino e conectar o texto com a realidade do ouvinte. O pregador deve ter o cuidado de apresentar essas metáforas como ferramentas de ensino, deixando claro para a congregação que elas não são interpretações literais, mas aplicações simbólicas que nos ajudam a compreender as verdades espirituais.
Introdução de Juízes 6:37-38
A história de Gideão é uma demonstração poderosa de como Deus chama, capacita e usa seus servos para cumprir Seus propósitos. Israel estava oprimido pelos midianitas, e o Senhor escolheu Gideão, um homem comum e inseguro, para liderar o povo em sua libertação.
Diante da grande responsabilidade, Gideão pediu um sinal a Deus – a famosa “prova da lã”. Essa passagem não apenas mostra a paciência de Deus com Gideão, mas também revela princípios espirituais que podemos aplicar em nossa caminhada cristã. A “prova da lã” nos ensina sobre a obra de Cristo, a ação do Espírito Santo e a capacitação divina para enfrentar desafios.
Desenvolvimento
A primeira prova: lã molhada e eira seca
“Eis que eu porei uma porção de lã na eira; se o orvalho estiver somente nela, e seca a terra ao redor, então, conhecerei que hás de livrar Israel por meu intermédio, como disseste.” (Juízes 6:37)
- Lã na eira: A lã, proveniente da ovelha, simboliza Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus. A eira, local de separação e purificação, representa o mundo. Jesus veio ao mundo como o sacrifício perfeito, separado para realizar a obra da redenção.
- Orvalho na lã: O orvalho é frequentemente associado à graça e à presença de Deus (Deuteronômio 32:2). Na prova de Gideão, o orvalho cai somente sobre a lã, apontando para Cristo, que recebeu em plenitude o Espírito Santo para cumprir sua missão redentora (João 3:34).
- Uma taça cheia de água: Quando Gideão espremeu a lã, dela saiu uma taça cheia de água. Isso aponta para o sacrifício de Jesus, que se entregou por nós, garantindo a nova aliança em Seu sangue (Lucas 22:20). A água representa a vida que flui do sacrifício de Cristo e nos purifica.
Aplicação: Assim como a lã estava repleta de orvalho, Cristo, o Cordeiro de Deus, foi cheio do Espírito Santo e derramou sua vida para nos trazer salvação. A mensagem do Evangelho nos mostra que tudo o que precisamos está em Cristo.
A segunda prova: lã seca e eira molhada
“Rogo-te que mais esta vez faça eu a prova com a lã; que só a lã esteja seca, e na terra ao redor haja orvalho.” (Juízes 6:39)
- Lã seca e eira molhada: Depois do sacrifício de Cristo, o Espírito Santo foi derramado sobre toda a terra, cumprindo a promessa de Joel 2:28: “Derramarei o meu Espírito sobre toda a carne.” Gideão pediu que o orvalho caísse sobre a terra e não sobre a lã, simbolizando o Espírito sendo derramado sobre o povo de Deus após a obra consumada de Cristo.
Aplicação: Hoje, o Espírito Santo está disponível a todos os que creem em Cristo. Ele nos capacita, consola e guia em meio às adversidades. Como cristãos, somos chamados a viver em comunhão com o Espírito, permitindo que Ele nos encha diariamente.
A seleção dos soldados: Deus escolhe os preparados
Gideão começou com 32.000 soldados, mas Deus reduziu esse número para apenas 300. Isso demonstra que Deus não trabalha com multidões, mas com corações dispostos e comprometidos.
- Os medrosos foram embora: 22.000 homens voltaram para casa porque estavam com medo. Assim como hoje, muitos começam a caminhada cristã, mas desistem diante das dificuldades.
- Prova das águas: Deus testou os soldados para verificar quem estava preparado para a batalha. Apenas os 300 que beberam água com vigilância foram escolhidos.
- Ajoelharam-se: Esses homens sabiam qual era sua posição na luta.
- Cabeça erguida: Eles estavam atentos ao perigo, lembrando-nos da necessidade de vigilância espiritual (1 Pedro 5:8).
- Pegaram a água com a mão: Isso simboliza dedicação e envolvimento na obra de Deus, mesmo em meio às lutas.
Aplicação: Deus não busca números, mas pessoas comprometidas e vigilantes. Ele quer servos que confiem Nele e estejam prontos para lutar as batalhas espirituais com fé e dedicação.
O sonho do midianita: A vitória pela palavra de Deus
“Eis que um pão de cevada torrado rolava contra o arraial dos midianitas, bateu contra a tenda, e esta caiu.” (Juízes 7:13)
- Pão de cevada: O pão simboliza a Palavra de Deus. A cevada era um alimento simples, apontando para a simplicidade e o poder da Palavra. Quando passada pelo fogo (torrada), representa a Palavra revelada e purificada pelo Espírito Santo.
- A tenda caiu: A tenda simboliza o coração humano e sua resistência à vontade de Deus. Somente a Palavra de Deus tem o poder de derrubar fortalezas e transformar corações.
Aplicação: A Palavra de Deus é viva e eficaz, capaz de derrubar toda resistência humana. É por meio dela que vidas são transformadas e corações endurecidos são alcançados.
As armas da vitória: simplicidade e poder espiritual
“E os três grupos tinham trombetas e cântaros vazios com tochas acesas dentro deles.” (Juízes 7:16)
- Trombetas: Representam a proclamação do Evangelho. A Igreja é chamada a anunciar a salvação com ousadia e confiança.
- Cântaros vazios: Simbolizam nossa necessidade de nos esvaziar de nós mesmos, renunciando ao orgulho e à carne, para que Deus possa agir através de nós.
- Tochas acesas: O fogo do Espírito Santo que ilumina nosso caminho e revela o poder de Deus ao mundo.
Aplicação: Para sermos instrumentos de vitória nas mãos de Deus, precisamos nos esvaziar de nossas vontades e permitir que a luz de Cristo brilhe em nós.
Conclusão
A vitória de Gideão foi garantida porque Deus estava com ele desde o início. O Senhor não depende da força ou do número de pessoas, mas da obediência e disposição de Seus servos.
Assim como Gideão foi chamado em um momento de crise, nós também somos chamados para lutar as batalhas da fé. Com Deus, nossas limitações não são um obstáculo, porque Ele é quem nos capacita e nos garante a vitória.
“O Senhor é contigo, homem valente!” (Juízes 6:12)
Confie em Deus, esvazie-se de si mesmo, e permita que Ele opere poderosamente através de sua vida. A vitória está garantida, porque é o Senhor quem luta por nós!
Mais Esboço de Pregação
- E foi para eira – Rute 3:6
- A porta aberta – Isaías 22:22
- Salmo 119:57-63 – O Senhor é porção de cada dia
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