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FÉ terrena X FÉ eterna – Lucas 23:39


FÉ terrena X FÉ eterna

Lucas 23:39 “E um dos malfeitores que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo e a nós.”

 

INTRODUÇÃO

O cenário da cruz mostra dois entendimentos de fé: uma fé em Jesus para a vida eterna (obra redentora) e uma fé em Jesus para a vida terrena (obra criadora).

A fé da cruz “para baixo” e a fé da cruz “para cima”. Portanto duas origens da fé: uma da obra criadora e outra da obra redentora.

O entendimento de fé da obra criadora ali era no sentido de que Jesus poderia salvar-se a si mesmo, salvar a ambos e tudo isso para esta vida presente.

Esse tipo de fé admite que alguém  seja cristão e até evangélico.

Mas ao mesmo tempo vivendo ligado ao mundo, sem vida regenerada, sem nova vida em Jesus, sem o abandono de uma vida mundana, que o homem tinha antes de uma experiência com o Senhor e entendimento do projeto de salvação, entendendo que Jesus (a salvação) vai continuar com ele mesmo no pecado.

E isso é uma heresia – salvo uma vez, salvo para sempre.

 

DESENVOLVIMENTO

“…se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo, e a nós.”

Esse malfeitor condiciona sua “fé” a uma operação que livrasse o próprio Jesus da cruz, bem como os dois malfeitores. Ele argumenta que Jesus só seria o Cristo se assim o fizesse e, portanto, isso justificaria uma “fé” em Jesus.

Essa era a mesma condição defendida pelo povo e pelos líderes religiosos. Para eles não fazia qualquer sentido o derramar do sangue de Jesus naquela cruz. Por isso diziam: “salva-te a ti mesmo”.

Portanto, a “fé” manifestada pelos religiosos e pelo povo dispensava o sangue e tinha que ser provada com um sinal miraculoso que salvasse para essa vida. Era uma fé racionalizada. Uma fé originada em princípios religiosos. Era uma questão quase que de lógica. Se Ele é o Cristo, não poderia morrer. Se Ele é o Cristo, tem que salvar para essa vida.

Se Ele é o Cristo, tinha que restaurar o reino a Israel. Isso era um entendimento religioso e até teológico fundamentado na razão. Era isso que a razão religiosa espera do Messias.

“Se tu és o Cristo” é uma demonstração do desconhecimento e da vida que se opõem à fé profética. O projeto racional aponta para aquilo que é terreno, deseja e se contenta com o que é deste mundo e se acomoda a uma vida pecaminosa.

A fé da Obra redentora leva o homem a desejar eternidade, pois para ele as coisas dessa vida terrena perdem o valor em relação a promessa de vida eterna.

Os dois malfeitores ouviram duas mensagens relacionadas a Jesus:

  • “Pai, perdoa-lhes”. Essa mensagem vinha do alto da cruz, vinha de Ela expressava o projeto de resgate pelo sangue que Jesus ali estava derramando;

 

  • “Se tu és o Cristo”. Essa mensagem vinha de baixo, vinha do povo, dos religiosos e dos soldados romanos. Ela expressava a dúvida e condicionava a fé.

Os dois malfeitores se posicionaram diante disso. Um recebeu a revelação de Jesus. Nele operou uma fé profética (redentora), porém o outro ficou com a mensagem de “baixo”. Nele operou uma fé racional que não transcende o homem para a vida eterna.

A fé cuja origem é a razão (homem sem ter uma experiência com Jesus) atua no ambiente da obra criadora onde tudo converge para essa vida. Essa fé criadora não leva para o céu. Não coloca o homem dentro do projeto de salvação.

A salvação pregada em função dessa “fé” é a salvação das mazelas terrenas e sociais. É a mensagem materialista que despreza o poder do sangue de Jesus que é a operação do Espírito Santo.

Ele era um malfeitor sem Cristo e agora será um malfeitor com Cristo sob o argumento de que está na “graça”. Trata-se de uma fé que aceita os sinais, mas não está comprometida com o Sangue. Essa fé criadora, ou racional, ou carnal morre com o homem, pois é terrena e portanto, mortal.

Essa fé concebe um tipo de evangelho social, cuja função é a solução dos problemas relacionados à vida terrena. Tem como proposta estabelecer a igualdade entre os povos, estabelecer a paz, acabar com a fome e trazer a liberdade. Esse tipo de mensagem materialista amparada por essa fé prepara o ambiente para o anticristo: Paz, pão e liberdade.

Jesus não deu resposta a esse malfeitor, porque o Senhor não tem resposta para dar quando se leva a ele uma fé somente para esta vida.

Observa-se assim: – A fé tem duas origens: uma relacionada à obra criadora e outra à obra redentora;

  • A fé relacionada à obra criadora origina-se na razão (não da lógica/intelecto, mas daquilo que é humano). Esse tipo de fé é produzida por uma teologia conduzida pela filosofia que racionaliza a fé e dispensa o Espírito Santo. Tudo nela está relacionado à obra criadora. A esse tipo de fé atribuem-se conquistas, ou “bênçãos” relacionadas ao plano terreno e secular; nesse tipo de fé, o ponto central é o homem e a fé que nasce com o homem, morre com ele.

 

  • A fé relacionada à obra redentora é profética. Ela vem de Deus. Ela é a uma operação do Espírito Santo. Ela tem aspecto absoluto e não relativo. É espiritual e não material, é eterna e não temporal, pois se baseia na Obra Redentora. Nessa fé o ponto central é Deus e a fé que vem Deus é que irá de volta para

 

Observação importante

A razão (quando no sinônimo de lógica/raciocínio), não se opõe à revelação de Jesus, pois aqui não se fala de intelecto ou raciocínio. Ela jamais será abolida, estará conosco para todo o sempre, mesmo depois do novo nascimento ela continua e continuará conosco. Nunca nos desvencilharemos dela, pois não deixamos jamais de pensar e raciocinar.

A questão é que esse intelecto, esse ser pensante, após o novo nascimento, teve a razão  iluminada pelo ESPÍRITO DE DEUS. Somente isso e nada mais.

 

CONCLUSÃO

Nascer de novo não significa abandonar a razão, parar de pensar. Nascer de novo é ser gerado de novo, uma nova vida, regenerada, mas não uma vida irracional. A razão jamais será abolida, estará conosco para todo o sempre, mesmo depois da nova vida em Cristo Jesus, ela continua e continuará conosco.

Porém, a razão é própria do homem, nasceu com o homem e ponto! O homem é um ser racional, tem mente e intelecto, Deus o criou assim no paraíso e não mudou de ideia, mesmo porque Deus não muda.

A questão é que esse intelecto, esse ser pensante, após o novo nascimento, teve a razão  iluminada pelo ESPÍRITO DE DEUS. Somente isso e nada mais. Nascer de novo não significa abandonar a razão, parar de pensar. Nascer de novo é ser gerado de novo, uma nova vida, regenerada, mas não uma vida irracional.

Essa ideologia de razão em oposição a revelação é simples, mas pode causar um mal entendimento, porque a razão é o que nos diferencia dos animais, por exemplo.

 


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