A importância do deserto em nossas vidas
Esboço de Pregação em Marcos 1:3 – Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.
Textos complementares: Deuteronômio 8 / Jeremias 29:13; 33:3
Introdução de Marcos 1:3
O maior de todos os profetas, João Batista, escolheu desenvolver o seu ministério no deserto. Por quê? Creio que a escolha foi baseada numa direção divina, que tinha como objetivo fazer com que, tanto João Batista quanto o próprio povo, tivessem experiências significativas com Deus. Sobre as bênçãos decorrentes do deserto é que queremos falar nesta ocasião.
1) Deserto – Um lugar para ouvir Deus
O deserto, para João Batista, representava um lugar especial onde ele teria condições de se afastar das distrações desta vida, a fim de poder ouvir as ordens de Deus. Todos nós vivemos num mundo agitado, onde nos vemos, muitas vezes, obrigados a correr para cima e para baixo, tentando cumprir nossas agendas diárias; mas nem sempre nos damos conta de que tal agitação pode nos distanciar daquele lugar de comunhão, no qual podemos ouvir a suave voz de Deus. Nessas horas é que percebemos o quanto necessitamos tomar a decisão de procurar o “deserto nosso de cada dia”, para que ali Ele fale de maneira que possamos ouvi-Lo, sem as interferências que, naturalmente, nos rodeiam todos os dias.
O nosso deserto pode significar um quarto fechado para oração, um tempo recolhido a sós com Deus, ou apenas um lugar e um tempo, quando estar em Sua presença é a coisa mais importante para nós. Se deixarmos de ouvir a Deus em nosso caminhar diário, correremos o risco de perder a direção, a visão e o propósito maior para a nossa existência. Por isso, precisamos ouvi-Lo.
2) Deserto – Um lugar de renúncia
O texto bíblico mostra que as multidões partiam para o deserto a fim de se encontrar com João Batista e ouvir sua mensagem. Com isso, cada um estava deixando de lado sua casa, seus compromissos, seu conforto, seu trabalho. Tal atitude representava renúncia e despojamento da velha estrutura de vida rotineira, em busca de algo que eles consideravam ser importante para suas vidas. Cada um estava demonstrando, com esse comportamento, a disposição de renunciar algo de valor para obter o que ainda era precioso.
Essa experiência nos ensina a não esperar a bênção “em domicílio”, mas a valorizá-la a ponto de seguir em sua busca. Os que não estavam dispostos a deixar tudo e partir para o deserto também não estariam dispostos a deixar posturas erradas para assumir um compromisso com Deus. Não queremos, com isso, dizer que precisamos “comprar” a bênção de Deus, anulando, assim, a graça que há em Cristo Jesus. É claro que todas as bênçãos nos são concedidas pela graça, e não pelo esforço humano. No entanto, nossas atitudes externas demonstram a intensidade do desejo do nosso coração.
3) Deserto – Um lugar desprovido de religiosidade
Cremos que, ao pregar o Evangelho de Deus no deserto, João Batista estava promovendo a ruptura com a hipocrisia dos líderes religiosos de sua época, que davam mais valor às suas vestimentas sacerdotais e objetos sagrados do que a fazer verdadeiramente a vontade de Deus. Muitos queriam impressionar o povo com uma aparência de piedade, mas seus corações estavam vazios de Deus e da Sua unção.
João Batista chocava a multidão porque suas vestes não eram semelhantes às de um religioso. Sua comida e sua habitação eram totalmente diferentes do convencional. Mas a sua vida expressava tremendo poder e unção do Alto.
Com tudo isso, cremos que Deus estava querendo incutir na mente das pessoas que elas deveriam estar preparadas para receber algo diferente do habitual. O objetivo era ajudar o povo a romper com aquela religiosidade infrutífera, para que pudesse receber de Deus a verdadeira mensagem, totalmente desprovida de religiosidade, e que faria toda a diferença em suas vidas.
Conclusão de Marcos 1:3
O deserto no ministério de João Batista foi um lugar especial onde ele e o povo puderam separar-se para ouvir a voz de Deus de forma mais clara. Para receberem a mensagem do Altíssimo, as pessoas tiveram de deixar o conforto do lar, demonstrando interesse em renunciar coisas importantes por algo de maior valor: a Palavra de Deus. João Batista vestia-se de forma diferente dos religiosos da época, passando sempre a mensagem de que a verdadeira transformação procede de dentro para fora, e não o contrário, por meio de uma verdadeira atitude de arrependimento.
Aplicação
Separe-se agora um pouco a fim de ouvir a voz de Deus em seu coração. Mesmo durante a semana, escolha lugares de menor movimento para que ali você possa ter condições de discernir, em seu coração, o que Ele tem para sua vida.
Esboço de Pregação em Marcos 1:3 – Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.